domingo, 27 de maio de 2007

O pior que poderia acontecer aconteceu: a UnB me saturou, a tal ponto de até a vontade de ler ter se esvaído.

A paixão está ainda intacta. Os livros também: a mania de comprar não diminuiu, a freqüência com que vou às bibliotecas também não. Mas tudo isso só resulta em empréstimos que no máximo só me rendem multas (da última vez esqueci completamente da data de devolução do Machado, e a multa chegou nos oito reais). Mal consigo chegar ao fim de uma página.

Comecei a perceber como a necessidade de leitura é física; é como estar passando por uma crise de abstinência (ou pelo menos é essa a idéia que eu tenho de uma). Situação mais desesperadora impossível: a consciência dói, a mão coça, o sono vai embora. Na quarta-feira cheguei a me levantar a noite pra tentar ler alguma coisa. Mal pego no livro, foi-se a vontade...

Não sei -realmente não sei- o que é isso. Um misto de apatia com desânimo. Começo a acreditar na preguiça pura e simples. Talvez não queira admitir: preguiça de ler é demais. Ter preguiça de ler é como uma praga que rogaram sobre nós. É como ter o remédio pra abstinência à mão, mas do outro lado do vidro...

Mas como todo mal tem seu remédio (na verdade uma camuflagem) foi com alegria que li quase que uma revista toda. Quase toda porque pulei a parte da purelise, ops, música clássica, e a parte de estréia e crítica teatral. Aliás, teatro é outra coisa que há tempos anda gastando só meu tempo e meu dinheiro. E mais aliás ainda, fui assistir à um a peça baseada num livro do Dostoiévski...

Vontade de ler o livro deu, mas a coragem não deixa...