
Hoje acordei com guarda-chuvas na cabeça. Não sei se por ter ouvido Aquarela ontem durante a aula de AE, se por ter tomado chuva pela terceira vez consecutiva essa semana ou mesmo por ter visto vários deles na sala de aula. O fato é que estava pensando muito nisso. Não o guarda-chuvas como material utilitário ou o que o valha para (não) nos livrar da molhadeira -para isso me valeria mais quilômetros de marquises. Mas um guarda-chuvas para aquela ocasião onde você quer passar desapercebido. Ou quando você quer oferecer uma carona para (aquele) alguém. O guarda-chuvas esquecido no ônibus, e que alguém vem entregar. O guarda-chuvas pra esconder as lágrimas, o guarda-chuvas pra esconder o beijo. O guarda-chuvas pro dia de ventania e céu escuro, que vira ao contrário quando a chuva grossa começa a cair. O guarda-chuvas para andar à noite entre as árvores que ainda choram a chuva anterior.
Mas o que entristece é o guarda-chuvas pra se esconder de quem se quer ver, por algum motivo. O guarda-chuvas pra se precaver do banho que se precisa pra lavar a alma. O guarda-chuvas para se proteger dos outros. O guarda-chuvas para não mostrar o rosto. O guarda-chuva para não ver ninguém...
2 comentários:
Camarada Raíssa,
Ficou muito bacana o teu texto. Desejo sucesso nessa nova empreitada (a de socióloga guardachuvinistológica).
Um abraço.
Oi, queridos.
Essa vida de socióloga "guardachuvinistológica" eu não escolhi não... hehehe.
Na verdade, quando a gente se pega observando demais (as pessoas, as coisas & as situações) a gente acaba sendo um pouco socióloga, um pouco antropóloga e às vezes até meio poeta...
Beijos
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