sábado, 22 de dezembro de 2007

Caderno II

Os três poderes são um só: o deles

Nicolas Behr

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Na hora da dor extrema a poesia é insuficiente. Abstrata, não tem um coração pulsando. O coração da poesia é sempre o nosso, que ela absorve e nos devolve em versos. Na hora da dor extrema, poetar é instinto de sobrevivência. Se você é poeta, concorda com isso? Já entregou a sua dor num poema pra aliviar seu sufoco? E aliviou?

Olympia Salete Rodrigues, Poetar pra Sobreviver.

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SOLIDÃO

Ao ouvir de tanta gente o vozerio, sinto

Que sou sozinha onde vagueio.

O mundo angra, a

rebentar de cheio e eu

Sempre o vejo para mim vazio.

A taça de veneno que esvazio

faz-me, talvez, um cego. E nesse enleio

não sei se vejo o mau no meu receio,

ou se não vejo o bom no meu fastio...

Buscando a causa dessa solidão,

-fonte de mágoas e de amargos prantos,-

cheguei à dolorosa conclusão...

É que, no tumultuar dos vendavais,

No qual ando a vagar, por entre tantos,

Faltam uns poucos que não

vejo mais

Michele Carvalho

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el amor eterno dura aproximadamente 3 meses

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não existe uma língua portuguesa,

existem línguas em português

Saramago

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Minha raiva

quase transpassa

a espessura

do teu vidro...

É mágoa.

E o que eu choro

é água com sal.

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há uma necessidade premente

d’eu ficar ausente.

uma necessidade ambulante

d’eu ficar constante.

uma necessidade vital

d’eu não morrer como

antes...

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