sábado, 31 de maio de 2008

Cabelos e Cigarro
















.tão aí duas coisas que SEMPRE me prendem a atenção.

Do You Mind?

"Ah, você é a Anna Raíssa?!"

Pode parecer estranho, mas ainda hoje quando escuto essa pergunta me assusto. Não se pode prever o que vai vir depois do "sim, sou eu", aí pode estar o motivo do susto. Eu ouvia a pergunta algumas vezes, como todo mortal, mas depois que entrei na UnB a pergunta ficou mais freqüente e às vezes é mesmo diária.

Não sei que diabos meus amigos andam dizendo de mim por aí, ou que que eu mesma ando aprontando. Eu tô que converso com alguns conhecidos, e pá, um dos amigo-do-amigo-dos amigos dispara: ah, é você a Anna Raíssa?. Estou eu na sala de aula, o professor faz a chamada e diz sem nenhum entusiasmo "Anna Raíssa Guedes..." e alguns pares de olhos se voltam pra mim. A partir disso, as bocas desses mesmos pares de olhos sorriem e me cumprimentam toda vez que me vêem. Na fila do IL, eu assinando meu nome e um cara de olho comprido. Olha pra mim e RÁ!. Não resisto, minto. Não, não sou eu não, mas eu conheço a Anna Raíssa. Pô, já ouvi falar pra caramba dela, é, eu também já. Parece que ela conhece muita gente, porque eu sempre escuto falar dela. É...

Pode não parecer, as pessoas podem achar que é brincadeira minha, charminho, sei lá. Mas eu MORRO de vergonha, fico sem jeito, com cara de mané. Aí fica engraçadíssimo, a pessoa lá quicando e eu lá querendo um buraco pra me enfiar.

Whatever.

Estava eu lá numa batucada do CALET, alguém me pede um isqueiro emprestado (pedir isqueiro emprestado a quem não fuma, ai ai ai). Me virei prum cara sentado atrás de mim - uma figura interessantíssima, by the way - pedi o isqueiro, ele me emprestou e quando eu fui devolver, seu nome? Raíssa. Anna Raíssa, o seu? AH! Anna Raíssa é você?

Jeeze...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Gente, Gente

Às vezes eu acho que seria capaz de suportar uma crise de rim sem que qualquer pessoa ao meu redor percebesse. Não chamaria isso de mau caráter ou estoicismo, pode ser só auto-preservação. Não sei se saberia passar por qualquer incômodo em público, e não me sinto confortável quando alguém se expõe de qualquer maneira. Não consigo lidar com o desconforto alheio, com a falta de tato alheia e tampouco com as variações alheias; penso que cada um deveria guardar-se pra si, sem que os outros fossem de qualquer forma responsabilizados ou expostos a sentimentos e situações que não são suas.

Custa às pessoas serem respeitosas ou agradáveis, falta-lhes uma certa sensibilidade para tratar com o outro. Estamos numa época em que as pessoas se expõem demais ou se travam demais, uma época em que não é incomum sermos encarados como um perigo para o outro ou julgados impiedosamente. Numa época em que as relações são burguesas, assépticas e hipócritas. Numa época em que a frustração se veste de distância ou de não-preocupação, cala fundo e transforma os atos.

O tratamento dado a um ou a outro depende do humor de quem trata, e os pesos e medidas são vários e variáveis. O conceito que te é dado é indelével, mesmo que se prove que você é exatamente o oposto do que pensavam de ti no início. Tudo é julgado logo de início, tudo é jogado em caixas e quebrado para que caiba. Os conceitos são estreitos e impiedosos. Todo mundo tem que ser isso ou aquilo, ninguém pode ser tudo ao mesmo tempo. Ninguém muda, e se muda não é visto com bons olhos. Todos têm que ser brancos bonitos cristãos bem sucedidos financeiramente fãs do Chico Buarque antitabagistas heterossexuais corretos defensores da moral da ordem e dos bons costumes. Ecologia é coisa quem não liga pro progresso e os Direitos Humanos servem para defender marginais. Se você mora em Brasília, tem que saber Direito, ter carro e estudar pra concurso, se você mora em São Paulo é o bem sucedido, se mora no Rio é Menino. Tudo bem colocado, bem encaixado.

Alguns prezam por esses e outros conceitos, e têm alguém preso no porão há mais de vinte anos. E eu vou ler Sartre pra manter minha sanidade.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

momento ego

Agradeço do fundo do coração, Dudu, pela poesia vinda em torpedos numa noite de pizzaria sem você...
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LONGE (OU ANNA)

Saudade doce:

De café,

De beijo,

De cheiro,

De toque.

Saudade pele:

Colo,

Seca,

Riso.

Do rosto,

Dos cabelos:

Que ficam

Que vão.

Saudade água


De puro sal.

De Eduardo Vasconcelos pra esta que vos fala.

de gente sozinha e música

Engraçado, depois de passar uma manhã quase toda ouvindo todas as versões que consegui encontrar de I Wish You Were Here (a do Pink Floyd, não a dos Bidis), comecei a achá-la muito parecida com Nowergian Wood (o livro, não a música). Há uma multidão de gente sozinha escrevendo e compondo sobre solidão...

Norwegian Wood II

356 páginas muito boas e um último páragrafo de 6 linhas imprestável.